Eucalipto com mais de sessenta anos desabou sobre estrada e rede elétrica, e deixou moradores de São José da Reserva, interior de Santa Cruz do Sul/RS, sem luz por quatro dias. |
Temporais
devastaram as localidades no interior do Vale do Rio Pardo nos últimos 14 dias.
No domingo, 10 de novembro, rigorosa queda de granizo estragou casas e dizimou
boa parte da produção agrícola, especialmente de tabaco, em municípios como
Vera Cruz e Santa Cruz do Sul. A chuva dos dias a seguir terminou de instalar o
caos, deixando estradas intransitáveis e o conserto dos danos ainda mais
complicado. A situação que já era difícil tornou-se calamitosa, quando, no dia
15 do mesmo mês, temporais com ventos superiores a 100 km/h, derrubaram
árvores, postes de eletricidade, destelharam casas e instalaram o horror.
É óbvio, e seria
louco quem dissesse o contrário, que não é possível frear a força de fenômenos
como os que aconteceram. No entanto, catástrofes como estas, revelam problemas
estruturais graves, quase sempre despercebidos por quem vivem nas cidades. Falta
de manutenção das redes elétricas, postes de condução, ainda de madeira, com mais
de 30 anos e fiação apodrecida pelo tempo. Estradas intransitáveis, com
crateras que praticamente impossibilitam o tráfego. Abandono que é desrespeitoso
às pessoas que vivem e trabalham nas localidades interioranas. Isto é inaceitável,
é podre, é ridículo. E não pode ser esquecido. Quem sofre agora, na hora do
voto, precisa lembrar e cobrar. Que daqui para frente, o mantra da valorização
do meio rural, não seja mera promessa politiqueira de tempos eleitorais.