quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A queda do gigante

 
Eucalipto com mais de sessenta anos desabou sobre estrada e rede elétrica, e deixou moradores de São José da Reserva, interior de Santa Cruz do Sul/RS, sem luz por quatro dias. 


Temporais devastaram as localidades no interior do Vale do Rio Pardo nos últimos 14 dias. No domingo, 10 de novembro, rigorosa queda de granizo estragou casas e dizimou boa parte da produção agrícola, especialmente de tabaco, em municípios como Vera Cruz e Santa Cruz do Sul. A chuva dos dias a seguir terminou de instalar o caos, deixando estradas intransitáveis e o conserto dos danos ainda mais complicado. A situação que já era difícil tornou-se calamitosa, quando, no dia 15 do mesmo mês, temporais com ventos superiores a 100 km/h, derrubaram árvores, postes de eletricidade, destelharam casas e instalaram o horror. 


É óbvio, e seria louco quem dissesse o contrário, que não é possível frear a força de fenômenos como os que aconteceram. No entanto, catástrofes como estas, revelam problemas estruturais graves, quase sempre despercebidos por quem vivem nas cidades. Falta de manutenção das redes elétricas, postes de condução, ainda de madeira, com mais de 30 anos e fiação apodrecida pelo tempo. Estradas intransitáveis, com crateras que praticamente impossibilitam o tráfego. Abandono que é desrespeitoso às pessoas que vivem e trabalham nas localidades interioranas. Isto é inaceitável, é podre, é ridículo. E não pode ser esquecido. Quem sofre agora, na hora do voto, precisa lembrar e cobrar. Que daqui para frente, o mantra da valorização do meio rural, não seja mera promessa politiqueira de tempos eleitorais.